sábado, 28 de agosto de 2010

transição, despedidas e solidão

Estava assustado. O trem surgia na minha frente de forma ameaçadora, em ponto de ataque, prestes a me engolir. Quanto mais próximo da estação ele ficava, mais apreensivo eu me tornava.
Olhei ao meu redor e vi todas aquelas pessoas cabisbaixas.. Todos aqueles rostos queridos.. Senti vontade de levar todos comigo, de enfiá-los no meu bolso, enclausurá-los e nunca mais devolve-los!! - Mas, como?? - Meus pensamentos torturavam-me com essa maldita pergunta.
O trem parou. Estremeci. A hora se aproximava. Senti um forte abraço. Era a minha mãe. Sua face, encharcada de lágrimas, estava rosada e inchada. Não me contive. O desespero tomou conta de mim, abraçei-a com todas as minhas forças, com todo a minha alma.
        Como conseguiria sobreviver, sem ver, todos os dias, o sorriso dela? Como suportaria a ausência de um afago? Quem cuidaria de mim quando estivesse com o coração partido. QUEM?
       Lágrimas jorravam dos meus olhos. Meus pés, minhas mãos, meu corpo inteiro tremia. Quase tive uma convulsão epiléptica devido o critico estado em que me encontrava. Meu espírito estava um caos.
       Uma vontade de ficar, de continuar a conviver com os meus familiares/amigos cresceu exponencialmente, no entanto, sabia que essa mudança era necessária; não poderia voltar atrás.
      Foram os minutos mais longos da minha vida. Soltei-a. Havia uma fila de pessoas querendo despedir-se de mim. Congelei a cada abraço, a cada toque, a cada sorriso cansado e olhos marejados.
      Como é amargo o ato de despedisse. Estava tentando ser forte, afinal, seria uma nova oportunidade, uma nova fase de amadurecimento e/ou crescimento.
      O apito do trem soou. Não tinha mais o que fazer, era hora de partir. Olhei, um a um, para aqueles rostos que fizeram parte do meu cotidiano, que estavam presentes no momentos de alegria, de choro.. Senti o meu coração se estilharçando... Inclinei a cabeça afirmadamente, como se estivesse falando um "até logo", fiz um esforço sobre-humano, virei as costas e caminhei, relutantemente, em direção ao trem.
       Senti o desespero da minha mãe devido os barulhos de choro que viam detrás de mim. Preferi não olhar para trás, não gostaria de desistir logo na reta final. Che Guevara sempre dizia: "há de seguir em frente sempre.. retroceder? JAMAIS" E eu sou um dos poucos adeptos dessa filosofia.
       Entrei no vagão. Tantos rostos desconhecidos, tantas vidas das quais, sequer, fazia parte, em contrapartida, de agora em diante teria que acostumar com o convívio de desconhecidos    ..
         Sentei em uma poltrona, procurei os meus pais e amigos pela vidraça e quando os encontrei estavam, todos, abraçados, provavelmente, chorando... Mais lágrimas molharam a minha blusa encharcada. A saudade já começava a queimar e a pungir.
       O que me reconfortava era o fato que o horizonte trazia uma promessa de uma nova vida... De novas oportunidades e vivências, mas, em contrapartida, meu peito estava dilacerado, minha alma gritava de dor e angustia!! Ao menos, tinha uma pequena esperança, quem sabe, a dos tolos...

Aonde iremos parar?

É sabido que após a revolução industrial o mundo sofreu profundas modificações; sejam elas no tocante ambiental, cultural ou tecnológico. Com o advento de tal “era” as tecnologias tornaram-se descartáveis, sendo sempre “engolidas” por novas descobertas, tornando-se idéias ultrapassadas.
       Muitas dessas inovações surgiram para facilitar o mamífero intelectual na realização de suas atividades costumeiras, deixando o processo mais ágil e eficaz.
        Contudo, algumas, são um tanto curiosas, outras engraçadas e um tanto absurdas. Também existem aquelas que geram polêmica, pois ultrapassam as barreiras do que a sociedade atual define de moral e ética; exemplos disso são a clonagem de seres humanos, a experiência com células troncos, dentre outras. Esses estudos esmagam todos os conceitos de ética e moral, desafiando, inclusive, a Igreja Católica, que se opõe, veementemente, as estes experimentos.
       Um outro exemplo típico dessa situação é o alarde que alguns cientistas britânicos, da Universidade de New Castle, estão fazendo atualmente. Eles afirmam que conseguiram produzir, em laboratório, espermatozóides imaturos, utilizando-se do sangue da medula óssea de alguns pacientes do sexo masculino.
       O estudo é emcabeçado pelo cientista Karim Nayernia que, ousadamente, afirmou que agora tentará fazer o mesmo utilizando-se do sangue da medula óssea de mulheres, inutilizando, assim, o papel do pai na reprodução. Ainda não conseguiram criar gametas maduros, entretanto, ele está apenas esperando que a universidade na qual atua, libere-o para fazer a maturação dos mesmos, através de um processo chamado meiose.
       O estudo afirma que, um dia, será possível que casais de lésbicas tenham filhos sem a necessidade de um homem para que ocorra a fecundação.
       No Brasil, alguns pesquisadores estão realizando estudos semelhantes ao dos britânicos, contudo, em vez de  utilizarem do sangue da medula para  produzir espermatozóides, eles estão utilizando-as para criarem óvulos em laboratório, o que permitiria que casais gays tivessem filhos com 100% de seu material genético.
       Não sou do tipo de pessoa que gosta de julgar o que os demais devem fazer ou não, todavia, quando leio uma reportagem com um teor destes, fico preocupado, pois não sabemos o que poderá surgir com tamanha abominação. Sou a favor dos experimentos científicos, desde que não mudem a relação infinitamente perfeita que foi criada por DEUS. O fato de um animal brincar de criador é, de fato, assustador; pois não temos a real consciência do que poderá vir a surgir a partir desses cruzamentos.
       Talvez a vida real queira imitar a ficcional e quem sabe, um dia, devido a esses experimentos, teremos verdadeiras “feras-humanas” vagando pela imensidão deste belo planeta. Ressaltando, é claro, se não o destruirmos primeiro; pois, ao que tudo indica, a Terra não suportará todos os malefícios que fizemos e que estamos realizando constantemente.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

caminhos

Caminho com passos lentos.
Trôpego.
                 Sôfrego.
Quando menos espero, deparo-me com uma encruzilhada.
O destino, zombateiro, mostra-me duas direções.
Qual seguir?
                  Desconheço!
Ficar?
         Sem cogitar.
Parece até brincadeira.
Mostrar dois caminhos e ocultar os resultados.
Não sei se sigo adiante,
Ou se retrocedo.
                         Errante!
Como és cruel. Tú.
Finges que se importa, mas
                                         numa reviravolta
Fechas a porta, não te importa
Se escolhi certo ou errado
O desfecho está ocultado...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

extravagâncias -n

       Para aonde olhava só conseguia enxergar a miséria. A casa, de aspecto paupérrimo era formada por apenas alguns paus podres e, de apoio, alguns tijolos mals encaixados. O teto era forrado por uma lona grossa, preta, que dava um ar mais obscuro ao pequeno ambiente. O chão, batido, não possuía sequer restigios de madeira; era feito de barro bruto, aonde quaisquer pingo d'água era motivo para surgir uma poça de lama.
        Comida era algo raro de se encontrar, panelas sujas, vazias, era, constantemente, o prato do dia. O fundo musical era formado por melodias pesadas, tristes, melancólicas: o choro das crianças famintas. Como é doloroso ver tal situação.. Pessoas desfiguradas, destroçadas pela miséria, pela fadiga oriunda da falta de alimentação.
       Lágrimas eram constantes. Tornou-se a forma mais natural de externar o desespero, de mostrar o quanto eram débeis, inocentes, desprotegidas.. A sorte, ou destino.. O que seja, não havia sido amistoso com essas pobres pessoas. O coração pesava, a alma penalizava-se com tamanho infortúnio.
        Como eles conseguiam/suportavam viver sob tamanha penúria? Que tipos de sonhos teriam? Esperanças? Era possível tê-las quando todos viravam as costas e fingiam que eles não existiam? Como acreditar em DEUS? Como entender que algumas poucas pessoas viviam de grandes farturas, enquanto eles, mendigavam um reles pão mofo, doente?
         A questão principal não seria essa e sim: como aceita-las? Como se sujeitar e não lutar para ter uma vida melhor, um pouco mais de comida, dignidade!! A resposta esta escancarada.. Poucos são os que a enxergam-na, que a entendem, que a abominam-na...

sábado, 7 de agosto de 2010

GERAÇÃO ZUMBI

- CÉREBROOO... CÉREBRO....
            Esta frase era comumente usada naqueles filmes toscos de terror antigo, onde, geralmente, por causa de um vazamento de gás tóxico as pessoas passavam por uma espécie de mutação (se é que podemos denominá-la como tal) e transformavam-se em verdadeiros carniceiros, prontos para abrir um buraco na cabeça de qualquer indivíduo, exceto os que já estavam contaminados, e, transformá-los em seus semelhantes.
            Estes seres, chamados de zumbis ou mortos – vivos, apavoraram diversas gerações, inclusive a minha infância. Lembro-me do medo que tinha ao entrar em um cemitério devido a estes filmes e sonhava, constantemente, que eles saiam de suas tumbas e infestavam a minha adorada cidade. Felizmente, tais tempos passaram e, atualmente, tenho consciência de que eles não passam de seres ridículos criados para assustar crianças imbecis, semelhantes a mim (é claro).
            Como sou metido a filósofo (só metido, porque dele não tenho nada) fico analisando a nossa sociedade: a geração coca-cola e a geração orkuteira e, infelizmente, cheguei numa conclusão abrasadora: a maioria dos adolescentes são seres da classe zumbiense (nem sei se esta palavra existe; se não, acabei de criá-la e, para mim, zumbiense significa: seres desprovidos de inteligência que, geralmente,  copiam os demais e que não possuem criatividade alguma; extremamente bitolados, possuem uma compreensão mínima da vida e só pensam em curtir e gozar da mesma). Parece que virou moda copiar e imitar os demais. A arte de pensar é algo que, para muitos, tornou-se incomodo, o melhor a fazer é deixar que certos mecanismos tecnológicos realizem esta atividade por nós.
            A sociedade poderá enumerar diversos fatores que fizeram com que os nossos jovens se alistassem em tal grupo, o grande vilão seria o fácil alcance a determinados tipos de tecnologias que realizam determinadas atividades por nós. Concordo que algumas delas tornaram-se indispensáveis no nosso dia-a-dia, todavia, alguns, abusam das facilidades que elas oferecem. Um clássico exemplo disto é o corretor ortográfico do World (editor de texto da Microsoft), nele, o usuário fica sabendo, de imediato, se errou ao digitar uma determinada palavra o que, infelizmente, acaba levando alguns para a famosa zona de conforto e, estes, passam a depender de tal ferramenta e, conseqüentemente, não se preocupam em escrever corretamente, tendo em vista, que o pacote office irá socorre-lo. A prova disto, são as barbaridades que encontramos nas provas de redação de muitas faculdades, onde troca-se coisas elementares como o n pelo m, por exemplo.
A falta de controle pelos pais com relação ao abuso do uso da tecnologia seria outro fator que poderia vir a ser apontado. Impor limites para a utilização de tais mecanismos seria uma boa opção para minimizar os efeitos desta geração zumbi. Leitura, jogos de raciocínio, cursos de arte, poderiam ser utilizados como meios para reverter tal processo que, atualmente, está em expansão.
Acredito que este é o momento de dar uma brecada em tal força, pois a realidade, aos poucos, está sendo engolida pelo mundo virtual e, talvez, daqui há alguns séculos,  surjam os seres vegetais, totalmente desprovidos de inteligência e completamente dependentes de máquinas e afins. Parece coisa de ficção cientifica, mas, ao que indica, dentro em breve, esta estória poderá tornar-se realidade.

domingo, 1 de agosto de 2010

amizades verdadeiras

Olá para quem me ler
Olá para quem me entende
Sei que essa história já aconteceu com muita gente
Entendi que o destino, une e separa corações
Separação é boa, em alguns casos
Porém, ruim, em outras ocasiões
O que aconteceu comigo
Concerteza, ficará marcado
Tenho medo de ter, dos meus amigos
No caderno, um simples recado
Nossos planos, nossos sonhos
Não são certos que irão se realizarCom alguns ainda estaremos
Porém, com outros, iremos nos separar
Triste é o fim, reservado
Para amizades rotineiras
Pois a solidão irá tomar de conta
Caso ela não for verdadeira
Um conselho eu dou a todos
Cultivem as suas amizades
Pois, uma coisa que nesse mundo é difícil
É encontrar uma de verdade